Termômetro animal: o calor que os bichos sentem
Animais mudam de comportamento com as variações térmicas e principalmente com o excesso de calor no ambiente
A variação de temperatura pode ser brusca e imprevisível. Para os humanos, as inovações tecnológicas têm ajudado a se manterem em uma temperatura confortável. Já para os animais a natureza é o próprio ar-condicionado natural. Quando a temperatura sobe, os animais podem ficar com problemas de saúde assim como os humanos e como não podem falar temos que perceber o que acontece com o animal quando o termômetro muda.
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Aumentar a temperatura pode fazer com que os animais mudem o comportamento, principalmente em ambientes onde a temperatura não é controlada. De acordo com a zootecnista e doutoranda em Engenharia agrícola na UFC, Simone Mendes as mudanças podem ser percebidas por atitudes simples. “O excesso de calor provoca um processo de termólise evaporativa, que ocorre quando o animal precisa eliminar o calor corporal, seja pelo aumento da frequência respiratória ou por mudanças comportamentais em busca de sombra e água”, exemplifica.
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Arquivo pessoal (Foto: Ana Rita)
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O processo de termólise evaporativa pode gerar perdas produtivas e reprodutivas, pois a energia que deveria ser demandada para a produção acaba sendo desviada para a tentativa de regular a temperatura corporal a níveis normais. Além de prejuízos à produção, o excesso de calor afeta o bem-estar animal.
Os animais expressam comportamentos distintos conforme as variações de temperatura no ambiente. Seja externo ou interno as mudanças que ocorrem causam problemas na saúde do animal. “Em épocas quentes e secas, favorece proliferação de ectoparasitas e com isso dermatites alérgicas por picadas de ectoparasitas e doenças transmitidas pelas picadas desses ectoparasitas”, explica médica veterinária especialista em clínica e cirurgia de pequenos animais, Eveliny Vieira.
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Em condições de calor, é possível observar que ocorre o aumento da ingestão de água, diminuição do consumo de alimentos, maior busca por sombra, aumento da frequência respiratória, aumento da produção de suor e queda na produção. Para os animais que vivem em grupos, a zootecnista Simone acrescenta o que pode ser observado no comportamento. “Em condições de altas temperaturas, os animais procuram dispersar-se entre si, a fim de melhor dissipar o calor corporal para o ambiente. Enquanto que em condições de frio ocorre o contrário, onde os animais passam a se aglomerar a fim de trocar calor entre si. No frio, os animais também expressam comportamentos que geram energia corporal, como o aumento da ingestão de alimentos”.
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Glossário Solar
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A hipertermia é uma alteração que não é exatamente uma doença, mas é um estado patológico em que pode trazer o animal ao óbito
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Os animais domésticos possuem uma diferenciação da mudança climática, por estarem em ambientes mais fechados e com uma temperatura não influenciada diretamente pela natureza. A veterinária Eveliny explica a diferença de interferência da temperatura para animais domésticos. “Cães e gatos, apesar de terem glândulas sudoríparas, suam pouco. Por isso, os cães respiram com a boca bem aberta para ajudar a reduzir a temperatura e os gatos "se dão banho" ou ficam letárgicos em ambientes mais quentes (metabolismo fica um pouco mais lento)”, diferencia.
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Em relação aos animais de produção, o calor se torna algo necessário para a vida do ser vivo, como explica Simone: "Alguns animais de produção necessitam de fontes de calor, na fase inicial de vida, como é o caso de leitões e pintinhos. Os locais de alojamento precisam fornecer condições de temperatura ideais para a sobrevivência desses animais, os quais ainda não possuem seu sistema termorregulador completamente desenvolvido”.
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Devido a quantidade excessiva do calor sintomas como taquicardia, ofegação, falta de apetite e prostração, são observados em animais submetidos ao estresse por calor. Antes de levar seu animal ao veterinário, verifique como está a situação da temperatura do ambiente, se estiver com alguma alteração comunique ao veterinário.
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Medidas para ajudar os nossos animais a passarem por todo esse calor podem ser encontradas de fácil acesso. Oferecer uma fruta gelada ou um picolé de fruta caseiro ajuda os cães e gatos a se refrescarem. A veterinária Eveliny recomenda: “Manter o ambiente arejado e estimular a ingestão de água. Em lugares mais frios, deve-se agasalhar os animais, principalmente os de pelo curto, para que não sofram com hipotermia”.
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O estresse por calor acarreta reações sistêmicas no organismo, com a liberação de hormônios na corrente sanguínea, e que atuam em vários sistemas envolvidos com o bem-estar, a produção e a reprodução. Dessa forma, o animal pode se encontrar em estado de exaustão física, devido ao excessivo gasto energético direcionado para a regulação da temperatura corporal, o que prejudica sua saúde.