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QUANDO A TEMPERATURA AUMENTA

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Quando a temperatura aumenta

No Ceará, as altas temperaturas podem mudar o nosso comportamento em diferentes maneiras

Os padrões climáticos que enfrentamos podem interferir fisicamente e mentalmente em nosso comportamento. Quando as temperaturas aumentam, o calor muito forte pode se tornar frequente, isso está ligado a nossa realidade das mudanças climáticas, podendo alterar nosso bem-estar e condições do nosso corpo. 

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O calor é característico da região nordeste e no Ceará o clima se caracteriza pela presença de dois tipos, o tropical úmido e o semiárido. Desse modo, o período chuvoso entre os meses de janeiro a julho deixa o estado mais úmido. Em contraponto, o clima semiárido é caracterizado pela escassez hídrica, na qual predomina em grande parte do estado e principalmente no sertão-central.

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Pôr do sol no sertão (Foto: Getty Images)

ESCUTE! Episódio do programa especial: Põe a cara no sol. Como o calor pode interferir no comportamento humano?

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Na capital cearense a média de temperatura, segundo a PCD - Plataforma de Coleta de Dados da Funceme, pode variar entre 24ºC a 32ºC durante o dia. Localizado próximo a linha do Equador entre 2ºS e 7ºS, o Ceará possui um posicionamento geográfico favorável para os altos índices de calor que sentimos. 

Com as variações constantes do clima em Fortaleza, se preparar para um dia fora de casa é uma ação a se pensar. As interferências na sensação térmica podem começar com uma simples escolha de roupa para enfrentar o dia, como explica a Mariella Fassanaro, consultora de estilo e imagem e estrategista de marca pessoal. “A vida que se leva deve ser levada em consideração: se a pessoa passa o dia no ar condicionado ou não, se vai almoçar a pé no sol forte, se vai ao trabalho caminhando, de transporte público ou de veículo particular refrigerado; é preciso achar um denominador comum entre as atividades vividas e a sensação térmica individual”. 

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Para enfrentar um ambiente como o nosso Ceará, as escolhas dos tecidos e como eles podem interferir em nossas atividades é um fator importante quando se fala de conforto, comportamento térmico e as ações do dia a dia. “Nossa região pede roupas mais arejadas, de fibras naturais, tipo algodão, linho, seda. Os tecidos sintéticos podem dificultar nossa transpiração - a não ser que tenham tecnologia para evitar isso, como no caso das peças esportivas - mas são os mais leves e fluidos que vão funcionar melhor por oferecerem um espaço entre pele e tecido”, pondera Mariella.

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O estudo do conforto pode ser feito em três aspectos: o físico, o fisiológico e o psicológico. O aspecto físico está ligado às sensações que percebemos no contato direto do tecido com a pele e com o pelo, ajustando ao corpo, de como que a roupa se amolda ao corpo e aos nossos movimentos. O aspecto fisiológico está ligado exatamente aos mecanismos de metabolismo do corpo e isso tem a ver com a termorregulação, o nosso bem estar de temperatura. O último aspecto é o psico estético ou psicológico que tem a ver com fatores relacionados à aparência, a moda, a estética, o meio social e o cultural.

O comportamento humano também pode ser interferido pelo nosso ambiente, nossa casa, nosso ambiente de trabalho, nas escolas e espaços públicos que frequentamos. De um ponto de vista arquitetônico, nossas casas construídas em sua grande maioria são de tijolos e cimentos, a composição de materiais pode intensificar as condições térmicas do ambiente. 

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O uso de diferentes materiais e opções para ventilação natural estão sendo recomendadas e aplicadas em alguns modelos de casas, como as janelas com venezianas para regular o calor com o vento. Usar de filtros térmicos em janelas de vidro, ter plantas no ambiente, cores que proporcionam uma sensação de refrescância, como o azul, verde e cores claras e se for necessário, alguns potes com água natural podem ajudar a refrescar um ambiente, assim como deixar o ar úmido evitando problemas de saúde.

Fachada de casa (Foto: Freepik)

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De acordo com a arquiteta urbanista, Cecilia Nobrega, materiais naturais são a recomendação para ajudar a estrutura da casa a ter uma melhor sensação térmica. “Nos lados onde houver maior incidência direta do sol ou materiais térmicos como manta dupla, também ameniza o calor interno. A altura do forro pé direito é importante pois como a gente aprendeu na escola o ar quente sobe e o ar frio desce é mais pesado portanto quanto mais alto o pé direito menor mais ou menos quente o ambiente”, explica a arquiteta. 

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Para amenizar o calor gerado por janelas de vidro, presentes principalmente em apartamentos, onde a captação do calor se torna ainda maior, transformando o interior de casas e de apartamentos em locais com uma grande concentração de calor. A recomendação da arquiteta Cecília, pode ajudar na preparação do ambiente “Se faz necessário o uso de películas térmicas aplicadas diretamente nesses vidros das janelas. Esse tipo específico de material, também usado em vidros de carro, conseguem reduzir a temperatura interna”.

Em condições externas, o ambiente à nossa volta pode interferir diretamente em nossa saúde. Mesmo com a proteção solar, nossa saúde pode ser prejudicada com o excesso de exposição ao sol. O calor pode prejudicar a pele e os olhos, assim como a falta de hidratação em um longo período no sol nos afeta fisicamente. Problemas de saúde como a redução de nutrientes e o aquecimento das cordas vocais podem surgir com a exposição ao sol, assim como problemas mais graves como desmaios por isolação e até mesmo o câncer de pele. 

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O nosso corpo é constituído com cerca de 70% de água e para manter toda essa quantidade de líquido, temos que nos hidratar continuamente. Com o excesso de calor somado a práticas de exercícios físicos a hidratação neste momento é imprescindível para manter a saúde.

Saiba mais. 

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Outra alternativa para amenizar essa alta captação de calor pelos vidros são as cortinas solares conhecidas também como telas solares que possuem a tecnologia de bloquear a luz solar e os raios UVA e UVB e com isso diminui também o calor no ambiente.

ESCUTE! Episódio especial do programa Põe a cara no sol! Como o clima influencia no comportamento e na literatura cearense.

Glossário Solar

 

O FPS (Fator de Proteção Solar) aponta o grau de proteção contra queimaduras oferecido pelo filtro solar. Quando alguém usa um filtro com FPS 30, por exemplo, significa que levará 30 vezes mais tempo para ficar vermelho do que se não tivesse aplicado o produto. Ou seja, está 30 vezes mais protegido do que se estivesse sem nada. Como o FPS refere-se apenas ao grau de proteção contra a radiação UVB e ainda não existe consenso para classificar a proteção contra a radiação UVA, o ideal é optar por produtos que informem, na embalagem, oferecer proteção máxima contra radiação UVA/UVB.

 

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Alterações físicas são problemas que afetam visivelmente o nosso corpo, mas não somente a saúde física é afetada. Quando se fala em comportamento humano , também se fala de saúde mental. Afinal o calor também pode ser sentido sem que haja interferências externas em nosso organismo. 

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A alteração de humor é um dos pontos em que o psicológico pode ser afetado com as mudanças climáticas e principalmente no calor. “O comportamento de algumas pessoas no calor podem ficar irritadas e mal-humoradas, outras pessoas no frio ficam deprimidas”, comenta a psicóloga clínica, Zenilce Bruno. “O calor em demasia deixa a pessoa irritada, porque a pessoa fica mais excitada, mais irritada, então a gente vê que realmente as pessoas quando estão com calor, estão mais agressivas”, complementa a psicóloga. 

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Vários fatores podem contribuir para que o calor possa afetar de alguma maneira o nosso comportamento, seja no ambiente, em nossas roupas, em nosso corpo fisicamente e mentamente. Além disso, o calor pode ser mais que uma sensação térmica pode ser um sentimento, um estado de espírito, uma força ou até mesmo a nossa própria alma.

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